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domingo, 25 de agosto de 2013

Tumbeiros

No tumba catumba
A vida não vale
A morte é o sofrimento
Nada vale estar vivo,
Se o porão é o cemitério
O corpo sofre depredação
A oração é solução
No porão sem alma

No tumba catumba
A vida é tão cruel
Que o fel é mel
Que a esperança é desesperança
Que a vida é morte
Que o humano é um trovão de carga
Feitos vermes no purgatório

No tumba catumba
O corpo cai inanimado
Aliás vários corpos decadentes
Como a cidade em ruína
Foge a fé, a gloria secular
De conquistas e resistências
A alma do preto feito em caldeirão
Cozinhados para o tubarão

No tumba catumba
O Atlântico leva para longe
Transporta carga humana
Feito carvão de Revolução
O Atlântico, as vezes, chora, grita
Naufraga as mágoas no seu leito
O Atlântico da dor e resistência

No tumba catumba
Só vale rezar no muro tumbeiro
Cantar orações de despedida
Por que a África já era
Choro no vento
Resgatado na imaginação

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