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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O cativo

Teceram me a alma ferraduras e ideologias
Nessa prega difícil de desenvencilhar
Armada na ferradura do sistema
Cuja estrutura corroí a alma

Eu nasci livre como os pássaros
Nasci no lençol branco de pureza
Na palhota da minha aldeia
Sob sorrisos e cantares
Na festa da minha aldeia
Fir
A festa enfestou se de gritos e choros
Debandada no perigo de uma investida
Soba de conluio com brancos
Levou a minha identidade, a minha história
Na prensa do tumbeiro
Armados de gados

Na terra firme
Tudo é íngreme
Parece precipício sem fundo
Mesmo na terra firme
Marcaram me com ferro
Fizeram F no corpo
Perguntei que não era Fernando,
Disseram que era F de fujão

Ai gritei bem alto
Na pena de crueldade,
Para o ferro do inferno
Gritei para mim mesmo
O meu nome é freedom
E vou morar no tempo
E aí mostrei o meu quilombo
 

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