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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A cidade e os sonhos inquietos



A minha Cidade é escura mas alegre por dentro; nos últimos tempos têm-se transformado num covil de apuros e inquietações.
A minha Cidade grita sempre que vem luz. Quando há des-luzes, tudo pára num silêncio triste. Só se brota os sons de motores que ocupam o nosso espaço público. Os transeuntes abocanham o desespero, gritam de ouvidos moucos, porque não podem gritar de outra forma. É triste ver a minha Cidade triste.
No passado foi calmo. Agora que há progresso, a gente não suporta o escuro. O nu do escuro obscurece o tempo, o tempo conquistado com trabalho e sacrifícios. Depois de trabalho, o lúdico já não tem mais piada. No nosso espaço público voam perigos. Faces, desfaces, assaltam a gente que com o escuro não se identifica. Os assaltantes são os nossos irmãos e vizinhos. A vizinhança tornou-se perigosa. Já não há confiança para uma dança da vida.
Eu quero acreditar que a minha Cidade, talvez tenha paz e luzes. Tenha esperança nos toques de nós mesmo. Sem vira-toques que gotejam às brigas.
Por acaso gosto da minha Cidade, apesar de tudo. Gostaria de ver nascer nova cidade, com luzes e alegria. Que o progresso não seja teórico de fachada mas teórico efectivo. Que a efectividade mora em cada um de nós.
Será que é pedir muito? 

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