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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ser cabo-verdiano



Ser cabo-verdiano é ver para o céu, o mar e a terra
É viajar para estas dimensões e sentir a presença do outro
É comungar esperanças e experiencias de “outros mundos”
É sorrir, chorar na alegria e na tristeza, o pulsar da felicidade e da agonia
É lembrar que de facto somos crioulos germinados no saque da dignidade humana e no cruzamento de fronteiras reais e imaginárias
É ver imaginariamente os navios, Amistad, Ernestina, e outros que deportaram os nossos para as roças de São Tomé, dos que amararam durante centenas de anos nos nossos mares ilustrando a memória de uma experiencia transcontinental.
É passear pelas ruinas da Cidade Velha, viajar no tempo do nosso marco colectivo, da experiencia do corpo e da alma para testemunhar a crioulização do mundo
É vogar pelas almas dos que sofreram no pelourinho, nas casas grandes, Senzalas, cutelos e funcos da nossa resistência.
É jurar de pés justos, que sim, somos parte d’alma de harmonia e da beleza
É ver intermitentemente os flashes dos que partiram no horizonte e reactivar a memória dos que ajudaram a construir a nossa nação.
É sentir, ouvir, atentamente os ensinamentos e as criações dos nossos tutores da vida, o quão vale a pena viver e acreditar em nós.

27/11/2011 

2 comentários:

  1. Meu caro Jorge,

    Isto é uma viagem a nós por dentro. Gostei muito!

    Abc

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  2. obrigado Mrvadaz. hehehehe. Foi um clique depois do debate.

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