Ser cabo-verdiano é ver para o céu, o mar e a terra
É viajar para estas dimensões e sentir a presença do
outro
É comungar esperanças e experiencias de “outros
mundos”
É sorrir, chorar na alegria e na tristeza, o pulsar
da felicidade e da agonia
É lembrar que de facto somos crioulos germinados no
saque da dignidade humana e no cruzamento de fronteiras reais e imaginárias
É ver imaginariamente os navios, Amistad, Ernestina,
e outros que deportaram os nossos para as roças de São Tomé, dos que amararam
durante centenas de anos nos nossos mares ilustrando a memória de uma
experiencia transcontinental.
É passear pelas ruinas da Cidade Velha, viajar no
tempo do nosso marco colectivo, da experiencia do corpo e da alma para
testemunhar a crioulização do mundo
É vogar pelas almas dos que sofreram no pelourinho, nas
casas grandes, Senzalas, cutelos e funcos da nossa resistência.
É jurar de pés justos, que sim, somos parte d’alma
de harmonia e da beleza
É ver intermitentemente os flashes dos que partiram no horizonte e reactivar a memória dos que
ajudaram a construir a nossa nação.
É sentir, ouvir, atentamente os ensinamentos e as
criações dos nossos tutores da vida, o quão vale a pena viver e acreditar em
nós.
27/11/2011
Meu caro Jorge,
ResponderEliminarIsto é uma viagem a nós por dentro. Gostei muito!
Abc
obrigado Mrvadaz. hehehehe. Foi um clique depois do debate.
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