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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Viramundo

Corpo esquartejado pelo açoite
Bacalhau de dentes aguçados
Tira o vinho do meu corpo
Tinta que tinta o chão ferroso.
Em cada lance o bacalhau corta
Grita e berra para mim
A força mecânica do brutamonte
Com investida de loucura inumana

No viramundo, eu sou montra,
A mostra de um performance verdadeiro
Na carne preta de mim
Nas lágrimas que ecoam alto
Choro e grito plástico
Sob olhar de homem branco
Triste figura imunda de esse olhar

No viramundo o mundo não para
A justiça é violenta
Justiça de sangue e carne despedaçado
Cuja dor voa
Levando sangue trilhando igual à amazona

Que dor no viramundo...
Que dor!
Que semelhança com Jesus...
Quem é messias? Jesus ou eu?
Sou messias forçado...
No inferno do negreiro
Que curva o purgatório
Qual escória do desprezo humano.
Tentaram apagar a minha memória
Nem sempre conseguiram
O negro tem voz andante
A voz d’alma que viaja
Pelo firmamento do jazz e blues
Cantos mnemônicos que ficam  


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