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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Traços. De passagem



Lamento do meu avô:
- Essa gente perdeu a memória. Um dia há-de se comer o pão que o diabo amassou.

No mesmo transe de memória, o meu avô jorrava pensamentos eloquentes. Palavras que saem numa incursão halográfica, que tecem menções históricas, heróicas, e que apelam à uma reflexão crítica do povo das ilhas.

- O meu povo levou chicote enquanto xingava. Cantou enquanto plantava; construiu enquanto chorava. Tudo isso, no silêncio do tempo de um baú roubado. 

E o meu avô sofria enquanto nutria lamentos. Desconfortos nos dias que correm. As mortes que bem podiam ser evitadas com conselhos de outros tempos. 

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