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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Momentos e silêncio I



No momento que te conheci já eras bruxa do meu desejo; adivinhavas o meu pensamento, o meu querer e o meu sentir. Não podia esconder-te as sensações, as minhas memórias e narrativas da minha passagem de infância; porque sabias por telepatia o meu esgar de fuga. Fugia com o meu sorriso tímido no silêncio da noite, com a esperança de ver no Ceu, o crepúsculo desenhado no horizonte. Vaga de lusco-fusco acelerado, na intensidade de um bater do coração da noite, é mais que um milagre que nos socorre. É de uma alegria imensa que alimenta qualquer coração apaixonado.
Não há melhor milagre do que ter boas lembranças; bons momentos passados a dois ou em grupo. Não interessa o grau de afinidades e emotivos de momentos de fuga. Só uma boa experiência basta. O silêncio dos outros e os sorrisos soltos fornece-nos algo mais do que um simples encontro social. A magia do momento é a energia de cura. O quotidiano, as vezes, impiedoso encontra o seu guardião, a noite.
Manifestamente ressecado de amor, a minha bruxa sabe tudo. Escrutina os meus passos, oferecendo-me azos para a descoberta. Debaixo de uma árvore imaginária, vejo o pirilampo cruzando o tempo, batendo asas de luzes nas gramas do meu peito. Os lábios da bruxa procuram com a mesma intensidade o celestial momento de felicidade. Não pára; solfeja sons suaves que se prolongam para noite adentro.
Que momentos agridoce desenhado no charme da noite… 

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