23 de novembro de 2008
marcou-me profundamente. Senti o peso de perder um pedaço de mim, um sorriso e
um suspiro miudinho sempre que acordo pela manhã; A minha mãe, a figura guardiã
da minha identidade. Hoje o silêncio e a saudades são tantas que resolvo me
resguardar aqui no asilo.
Só penso na saudade, na
profundidade de sentir no peito, os momentos mnemónicos de vários momentos
passados juntos na família. Fragmentos de memórias que ficam, alimentando-me
sempre que preciso as baterias. São ensinamentos ricos de valores, de atitudes,
identidades; coisas que não nos vestem para parecermos bonitos no encontro
social. Mas ensinamentos que constituem chaves que abrem muitas portas nas
tramas da vida. O imaterial que salvaguarda o milagre que há em nós na
criatividade e no sacrifício.
Com a minha mãe aprendi a
dormir e a valorizar as coisas de forma tranquila. Ensinou-me a acertar, falhar,
a errar, a criticar, construir e reconstruir; e não ter medo de nada porque o
medo existe em nós. Se for preciso enfrentar um leão, a ninha mãe com certeza teria
feito.
Vou-me
retirar por hoje. Vou reflectir sobre os vários fragmentos… os passos andados e
outros à construir. Sempre na tentativa e erro. Enquanto isso vou me recorrer
ao objecto de memória que constitui a minha ferida simbólica.
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