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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

23 de novembro. No retiro



23 de novembro de 2008 marcou-me profundamente. Senti o peso de perder um pedaço de mim, um sorriso e um suspiro miudinho sempre que acordo pela manhã; A minha mãe, a figura guardiã da minha identidade. Hoje o silêncio e a saudades são tantas que resolvo me resguardar aqui no asilo.
Só penso na saudade, na profundidade de sentir no peito, os momentos mnemónicos de vários momentos passados juntos na família. Fragmentos de memórias que ficam, alimentando-me sempre que preciso as baterias. São ensinamentos ricos de valores, de atitudes, identidades; coisas que não nos vestem para parecermos bonitos no encontro social. Mas ensinamentos que constituem chaves que abrem muitas portas nas tramas da vida. O imaterial que salvaguarda o milagre que há em nós na criatividade e no sacrifício.
Com a minha mãe aprendi a dormir e a valorizar as coisas de forma tranquila. Ensinou-me a acertar, falhar, a errar, a criticar, construir e reconstruir; e não ter medo de nada porque o medo existe em nós. Se for preciso enfrentar um leão, a ninha mãe com certeza teria feito.
Vou-me retirar por hoje. Vou reflectir sobre os vários fragmentos… os passos andados e outros à construir. Sempre na tentativa e erro. Enquanto isso vou me recorrer ao objecto de memória que constitui a minha ferida simbólica.

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