Parece que os
responsáveis políticos ainda não deram conta do mal que a prática política tem
na cativação dos cidadãos - cidadãos enquanto eleitorado e potencial
eleitorado. É errado ver a questão de má prática democrática e electiva no
sentido da obrigatoriedade do voto.
Meus caros,
a prática e as representações andam juntos. Se alguém tiver má conduta, logo a
ideia que se constrói dessa pessoa é errada. Digo errado quando existe rosário
de bom senso enquanto garante de coesão coletiva. É evidente que há uma pequena
comunidade que apoia essas práticas porque tiram proveito das mesmas. Mas o
cidadão comum que almeja o denominador comum de consenso jamais aprovaria a pouca
vergonha.
Repito: a
pouca vergonha que aconteceu e acontece nas eleições em Cabo Verde é fruto de
gritante desresponsabilização dos titulares de cargos públicos; fazem e
desfazem porque os nossos mecanismos de controlo são ineficazes. Falo de
mecanismos, como as denúncias, as leis, as normas sociais, tem efeitos
atenuadores, desde que sejam feitas com intensidades.
Parece que
as coisas passam de moda, logo não fazem parte dos dossiers para o debate
público. É preciso repetir vezes sem conta, lembrar e relembrar, tocar na
tecla, apontar os dedos, servindo de «cobrador de fraque» para os desnaturados
de bom senso e ladrões de serviços e de circunstâncias.
É triste
ver a riqueza do povo a ser roubado de ânimo leve como se nada passa
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