A vida é um jogo; jogam o sol, o espelho e
a lua. Também no peito do céu, brilham as estrelas. Anos-luzes no caldeirão da via
láctea viajam os sonhos. Mil sonhos com as suas asas de mudanças e de crenças. O
sol, como sempre, brilha, ilumina os corpos e reflecte na lua. A lua cheia e
lua “noba”, que os corpos em trânsito encontrem os aconchegos de uma noite bem
passada no Bairro Alto de Lisboa. A narrativa até poderia levar milhares de
anos a contar. Nos riscos dos espaços e tempos, milhares de almas e corpos
cruzaram com o Zé da Guiné.
Não o conheço. Ouvi falar dele como um
africano bem-sucedido em Portugal que desafiou o destino, marcado pela
descolonização e almas conservadoras e provinciana que o Salazarismo criara para
mostrar ao mundo que é possível ser diferente e ter visão do mundo. Usou a
táctica e visão para transformar o território do Bairro Alto no “mimo” de todos
que lá aportaram e aportam. O “passa sabi” do Bairro ajudou a criar comunidade
de gostos e de afectos nunca dantes experimentados em Portugal. Zé da Guiné,
não o conheço; só de ver o documentário fiquei logo interessado para saber mais
e mais sobre o seu contributo na sociedade de acolhimento. Olé Zé, Olé Zé da
Guiné!
As sementes já estão lançadas. Agora dou
por mim a pensar nos Bulimundo, os Apolos, Black Power, e tantos outros que
ajudaram no engrandecimento cultural de Cabo Verde e Portugal. Os rapazes
estiveram no Bairro? Não estiveram? Claro que estiveram! Todos os que se ansiavam
pelo “in” da moda da época teriam que entrar no Bairro e conviver no
laboratório da experiência humana e cultural.
Zé da Guiné ajudou a construir a
etnopaisagem do Bairro. Olé Zé, olé… sons e sabores juntos e dezenas de
sotaques ajudaram a construir a realidade e o imaginário do Bairro.
Meus amigos, o Zé da Guiné é fixe. FIXE
demais. Eu vou pesquisar mais… e cruzar sonhos e realidades.
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