A violência no seu sentido primário está
na moda. Todos falam deste conceito como se de uma única modalidade se
tratasse. Existe sim, várias modalidades deste conceito por si só polissémico. O
problema é quando os políticos usam e abusam do conceito. Estando ciente de que
se trata de várias modalidades de abordagem, cumpre-nos abordar na sua vertente
sexual, a chamada violência baseada no género (VBG).
A luta pela paridade do género em termos de
tratamento e igualdade de oportunidades faz parte do discurso do milénio. No seu
enfoque pós-modernista, a violência baseada no género é o assunto do momento. O
Estado liberal alimenta esta problemática social como o principal desiderato a
atingir. O problema é que o conceito é tao nebuloso que recai na preguiça da
sua operacionalização. Se formos ver a VBG, como se de um corpo se tratasse,
algumas nuances saltam à vista: a VBG
na forma física e a VBG na forma psicológica, porventura simbólica. A VBG física
é socialmente conhecida, visível e enquadrada nos dispositivos jurídicos; a
psicológica/simbólica é mascarada e escondida. A equação desta problemática tem
sido mal feita. Por isso urge operacionalizar e trazer à tona a vertente invisível;
a psicológica/simbólica.
Em Cabo Verde a VBG, na sua dimensão física,
tem sido abordado de forma cuidada em prejuízo da outra dimensão psicológica/simbólica.
Na nossa opinião a ultima dimensão é mais perigosa e tende a perpetuar porque
se encontra camuflada. A sua presença acontece no contexto familiar, no
trabalho e na comunidade. Os governantes são os primeiros que cometem a violência
psicológica/simbólica; basta ver nas propostas de trabalho que envolvem
encontros sexuais, entre outras formas de opressões dos subalternos. Os
directores gerais, os presidentes de câmaras municipais, ministros, aliciam
mulheres e homens (com tendências) para encontro sexuais com vista a obtenção de
vantagens no emprego.
Se isto é humanismo, então que humanismo é
esse? Que raio de estado de direito é esse? Que raio de legislação é esse!!!!!
É a violência estrutural que precisa ser
combatida. Depois falam dos thugs como lobo mau quando temos falos e cricas que
nos governam.




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