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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A violência estrutural e a estrutura da violência: o que os olhos não vêm



A violência no seu sentido primário está na moda. Todos falam deste conceito como se de uma única modalidade se tratasse. Existe sim, várias modalidades deste conceito por si só polissémico. O problema é quando os políticos usam e abusam do conceito. Estando ciente de que se trata de várias modalidades de abordagem, cumpre-nos abordar na sua vertente sexual, a chamada violência baseada no género (VBG).
A luta pela paridade do género em termos de tratamento e igualdade de oportunidades faz parte do discurso do milénio. No seu enfoque pós-modernista, a violência baseada no género é o assunto do momento. O Estado liberal alimenta esta problemática social como o principal desiderato a atingir. O problema é que o conceito é tao nebuloso que recai na preguiça da sua operacionalização. Se formos ver a VBG, como se de um corpo se tratasse, algumas nuances saltam à vista: a VBG na forma física e a VBG na forma psicológica, porventura simbólica. A VBG física é socialmente conhecida, visível e enquadrada nos dispositivos jurídicos; a psicológica/simbólica é mascarada e escondida. A equação desta problemática tem sido mal feita. Por isso urge operacionalizar e trazer à tona a vertente invisível; a psicológica/simbólica.
Em Cabo Verde a VBG, na sua dimensão física, tem sido abordado de forma cuidada em prejuízo da outra dimensão psicológica/simbólica. Na nossa opinião a ultima dimensão é mais perigosa e tende a perpetuar porque se encontra camuflada. A sua presença acontece no contexto familiar, no trabalho e na comunidade. Os governantes são os primeiros que cometem a violência psicológica/simbólica; basta ver nas propostas de trabalho que envolvem encontros sexuais, entre outras formas de opressões dos subalternos. Os directores gerais, os presidentes de câmaras municipais, ministros, aliciam mulheres e homens (com tendências) para encontro sexuais com vista a obtenção de vantagens no emprego.
Se isto é humanismo, então que humanismo é esse? Que raio de estado de direito é esse? Que raio de legislação é esse!!!!!
É a violência estrutural que precisa ser combatida. Depois falam dos thugs como lobo mau quando temos falos e cricas que nos governam.

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