Alguém falou que a melhor forma de
combater os males que grassam à nossa sociedade é brincar com a situação. A mesma
coisa que o nosso Primeiro-ministro tem feito -fazer de contas que está tudo
bem e assobiar para o lado. É uma das várias fórmulas que pode funcionar;
entretanto tenho outra fórmula que pretendo partilhar convosco: o enamoramento
do sorriso.
O desenvolvimento da Sociologia do Sorriso
analisa os relacionamentos interpessoais na senda de paródia e paranóia da vida
quotidiana. A Sociologia do Sorriso bate na crueldade, na malandrice, na “cambalachice,”
no falhanço, e acima de tudo, numa nova ordem de uma sociedade de aparências. Aconchega
a classe média, dando-lhe palmadas de conforto, e fazendo-lhe cocegas para não
se preocuparem com o futuro. A classe média (grupo de mudança e de inovação social)
tem-se implodido como uma diarreia. Esbarra no chão e fede para a preocupação
de todos.
Em Cabo Verde, as pessoas da classe média
têm sofrido muito para se imporem na sociedade; de brincadeira ministerial,
black-out da electra, cassus-bodi, muitos subvertem os sorrisos do passado para
uma aparência requintada de discursos do corpo e da fala; recriam-se sinfonias
dançante, celebradas no palco da aparência, fogem-se atrás das mascaras de um
tempo imaginário. O direito à cidade circunscreve-se no palco da varanda e de
passeios vigiados no centro urbano porque os cassusbodistas estão em alerta
máxima.
Não se preocupem porque a fórmula do
Primeiro-ministro funciona; o meu também é impecável. Atentem-se nesta…
Para não serem assaltados, a primeira preocupação
é andar com bolsos de papéis; para os mais “calientes”, tentem andar nu. Se
forem assaltados, sorriem. O sorriso descompromete a fúria dos assaltantes,
fazendo deles um palhaço.
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