Hoje acordei malandro para não sorrir. Milhões de piadas, de trocadilhos, de bobos da corte, nada me demove desse ar petrificado. Tentei fugir para o regaço do tempo, escondi a face para não ver o bioco do Neves. A lua conspira contra mim, com o seu jeito matreira e fugaz. O sol aquece o apetite da gargalhada, fermenta com as suas radiações. O meu corpo queima e carboniza. O vento sopra para o horizonte, com ele, vogam os restos da gargalhada que não fui.
Tudo isto para dizer que a vida dá voltas. Tantas voltas, que nos deixa apático e sem sinais de reacções. Quando vi o Manuel Inocêncio a falar na RTP, depois das eleições, fiquei estupefacto pela forma como ele, vergonhosamente, fazia a declaração da sua passagem para segunda volta. O tipo sofria de calafrios e de palpitações de consciência. Não me revejo na sua figura. Ele não me convence sobre a sua motivação. Infelizmente, ele vai ganhar porque tem uma máquina poderosa e venenosa que o apoia. Uma máquina, de salafrários, que não vê os meios para atingir o fim. Uma aberração de máquina com características animalescas, dos mais rude que há.
Este PAICV não é o Partido que aprendi a gostar. Um partido que brinca com a pobreza do povo perde toda a minha consideração.
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