A Sociologia estuda os fenómenos sociais, trazendo à ribalta alguns aspectos do nosso mundo. Desde há algum tempo a juventude, como uma realidade complexa, é vista como um problema; por isso, os estudos deveriam ser canalizados como parte para soluções e não de problemas. A vida urbana é complexa, os seus actores são seres anónimos, autónomos, individualistas e errantes. Faz parte da policromia urbana, os vários seres que estão em constante transformação. Digo mesmo, os mutantes urbanos.
Ser jovem é um «peso pesado» na consciência dos pais, dos gestores públicos e da sociedade. Que assunto (des)apaixonante, rasteira, culinária – moída, maçada e cozinhada no caldeirão da homogeneidade! Os discursos produzidos, até agora, esbarram no conservadorismo fastidioso, construído da juventude irresponsável, moleque, preguiçosa; outros celebrados, numa espécie de liberalismo revolucionário, que questiona e apela à mudança do status quo do sistema, reivindicando mudança dos valores e da política. Os apertos são cada vez maiores, tendo em conta as expectativas cada vez mais goradas por parte dos responsáveis políticos.
Os mais velhos falam da juventude com nostalgia, com sorriso na cara e com alguma tristeza, levando à evasão e ao delírio. Quando são interpelados sobre as suas recordações da juventude, os valores da virilidade, da aventura, da família, da comunidade são os mais valorizados; muitos querem tomar o elixir da juventude ou viajar no triângulo da bermuda para a tal viajem ao passado: back to the past. Muitos sentiram o peso da tradição, da religiosidade e do controlo social nas suas vidas.
A juventude contemporânea convive com vários desafios: os excessos e os défices da memória, bem como a necessidade da sua gestão e controlo; as expectativas e a necessidade da sua concretização – o mercado de emprego está inacessível-, uma política para a juventude, menos lúdica e, mais eficaz que salvaguarde os anseios contemporâneos da juventude...
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