O que está acontecendo um pouco por todo lado é a crise de expectativas. Normalmente quem faz as promessas, responsabilidade exige que se cumpra o prometido, sobe pena de cair no ridículo e no descrédito. Na campanha legislativa alguém de boca bedju jurou de pés juntos que Cabo Verde iria receber o segundo compacto de MCA. Acredito que muitos cabo-verdianos, antes de votarem, imaginaram, se calhar como Lucien Malin de comme sera le cap-vert a l’an 2000, com a melhoria nos saneamentos, água corrente, emprego, enfim, mais qualidade de vida. Hoje no Expressos das ilhas saiu a notícia de que o tal boca bedju reconhece a dificuldade do 2 º MCA. Coisa para dizer, recorrendo a memória da música dos Bulimundo: é mentira, é mentira… es nganou ta cuda si … pés rocau na bracu paredi.
Agora, quero ver essa pouca vergonhice; como vai ser dos nossos jovens que já imaginaram andar, sentir à cidade e o país, criando expectativas num futuro risonho que no entretanto é mera imaginação!
Os problemas urbanos - a subcultura juvenil chamado dos thugs-, correspondem aos desencantos do mundo de uma expectativa cada vez mais defraudada. Os governantes que não sabem ouvir e sentir as expectativas necessitam urgentemente de fazer upgrade nas cacholas.
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