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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Nôs pescador



Que cheiro a maresia,
De café com leite,
Cachupa refogada
Com fruto do mar…
Nôs pescador de partidas meias
Lança-se no peito azul  
De cafuca em punho e esperança de um regresso
De corpo seco e musculado, o pescador,
Remo da comunidade,
Esperança de mata-bicho,
E narrador de estórias de encantadas da nossa infância…
No meio azul, o pescador escuta e perscruta
Fazendo trabalho de arqueólogo de corpos vivos,
De cirurgião plástico do nosso prazer
Curador do tempo com cordéis
De estrelas cintilantes de nós…
Na nossa morada ficamos à espera,
Novidades do mar:
O silêncio da partida
E a festa do regresso 

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