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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Thug bem pa fica!



Lamento dizer isto. Mas a verdade é que o fenómeno dos thugs não vai ser erradicado como muitos professam. Já disse algures sobre este assunto, e muita gente achou que estava a ser sensacionalista e pessimista; é a minha constatação.
As hipóteses são muitas. A primeira hipótese tem a ver com o falhanço de modelo do desenvolvimento de muitos estados pós-coloniais, que têm, repetido os mesmos erros das potências coloniais, de tudo fazerem para impor uma ideologia de modernização que pontapeia os valores locais. Sinais que a Antropologia do Desenvolvimento e a Sociologia do Desenvolvimento veem denunciando com enfase no desenvolvimento integrado e sustentado.
Outra hipótese, já foi elencada pela ONU que diz que o desemprego jovem continuará a aumentar num arco temporal alargado. As próprias potências coloniais sentem na pele os erros do passado. Os seus valores locais foram substituídos pelos valores do mercado.
O que Cabo Verde tem a ver com isto? Na minha opinião, tudo! São os mesmos caminhos, os mesmos erros, e a mesma teimosia…
Os sucessivos governos têm imprimido uma visão olímpica sobre o desenvolvimento. As velhas estruturas que se baseavam nos valores e liderança das comunidades, dos sentimentos de pertença, da identidade e outros valores da civilidade foram substituídos pelo frenetismo do mercado. A vida boa, o lucro fácil, o egoísmo, egocentrismo, tudo fazem para perenizar na nossa estrutura social e psíquica.
Antigamente havia valores de sacrifício, de trabalho, da família, da comunidade, da liderança… agora é quem manda é uma elite a prazo, política burra, esquizofrénica, covarde que depende dos ciclos eleitorais. Quando perdem eleições são jogados na prateleira, morrendo de depressão. Muitos não conseguem viver longe da teta do Estado. Cabo Verde precisa de elite cultural que saiba pensar e sentir o país. Uma elite que produza reflexões, sem estar ao serviço de um partido político. 

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Carlos, quando eu andava no liceu, tinha um colega que andava sempre distraído. Quando o professor voltava para ele a perguntar: E tu, o que achas? Respondia ele: Concordo plenamente com o meu colega!:-) Entretanto, nem se quer estava ao par da aula. Mas eu estou efectivamente de acordo contigo. Nota-se que que há uma compreensão distorcida de uma vasta gama de coisas. Toda a gente quer ser «socialite». Provavelmente está a faltar um sistema fiável de medição dos nossos output's e de uma devida realimentação.

    Meus cumpts,
    jSB

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  3. Obrigado Jota. Efetivamente é o mal maior que ninguém quer ver, ou faz de conta... Abraços

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