De longe, os
sons tuntunam no meu coração. De sorriso malandro, navego pelas encostas,
costuras e fermento de Santiago. A minha memória é mais do que um salutar
navegação nostálgica. É o encanto, o afeto e responsabilidade enquanto filho de
santacruzenses. Santa Cruz é um lugar mágico. Basta sumarar nos diversos
lugares e pessoas de Santa Cruz. As pessoas são misto de brejeirice e de
bondade no coração. Quando estou para furtar a pressão da Praia City, o
caldeirão de brejeirice de Santa Cruz vem sempre à tona. Os vários hiaces, nas
suas incursões únicas, fazem-me o convite para Santa Cruz, concretamente
Salina, Porto Baxu e Achada Fátima.
Os rapazes
são francos. De um convite para um groguinho, as conversas desenvolvem que nem
a Ópera de Viana. Misto de conversas, de dramas, de gargalhadas, reconstrói a
memória coletiva há muito perdido dos seus encantos.
Para quem
não conhece Santa Cruz, muitas vezes, cria imagem negativa do Concelho. Errado!
Uma das melhores alegrias que aconteceu em Cabo Verde teve origem em Santa
Cruz. Funana é de Santa Cruz. Ah funaná «que sabi na mundo»! Várias
personalidades deste género musical são de Santa Cruz. Catchás, Sema Lopi, Codé
de Dona, viveu largos anos em Santa Cruz… e tantos outros.
Há um lugar fantástico
que separa o centro de Santa Cruz as outras localidades. Combota. Na linguagem
popular é conhecido por Gambota. A linguagem popular é matreira. Ficou assim,
Gambota. É nesse lugar que foram construídas várias narrativas de Santa Cruz. Desde
do tempo de «tchel bés» que Gambota ocupa lugar cimeiro na oratura popular. Quem
não se lembra da música «febre di funaná» do malogrado Codé di Dona. “Polino
viera qui bai salina na casa di maria di pichota. Él é bai pega vingança(…) él
di dianti maria di tras cu corneta tocadu na cabesa, ta sumi riba dixi pa
gambota”…LOL. Coitado de Polino. A Maria não brinca em serviço! LOL.
Um bom nho
Santiago e muita festa, festa, festa… menos grogue e mais divertimento.
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