No tic tic do relógio marcava 2:00 de madrugada. No peito do tempo escuro, sem dó e piedade, o carro do Sistema teimava viajar para o calabouço da miséria humana. No bairro central, da miséria da espelunca, de cheiro fedorento, o cenário era de bruma no céu e na terra: ouvia-se o miar de gatos sarnentos, os vultos de thugs, de puxins e maxins a cortar lenha, de choros e gritos de safadeza. As Sirigaitas, mesmo no ambiente Out de Status, ficaram à espreita. Era coisa para perguntar e denunciar, o tamanho sigilo da visita palaciana. O carro da terceira geração era o sinal da denúncia. Chapa do sistema, que malvado sistema. Era a reconstrução Hollywoodesca sobre o saque à branca de neve. A branca de neve é o povo, inocente e mártir de fome e da miséria. Suavizar o sofrimento consistiria na macabra tentativa de comprar consciência a troco de favores. A branca de Neve, como de costume, estava no seu barracão, no colchão de esponja suja, de caldeirão tisnado; enquanto as sirigaitas cheiravam perfumes de Christian Dior, Paco Rabanne, a branca de neve cheirava a catinga.
Tudo calma no carro. O vento soprava, calmo, no calor da noite. Os vultos seguiam para o carro. Era a Ti ganga e companhias com a vassoura. Criou-se barafunda que terminou com estalos na face de uma das Sirigaitas.
Na fortaleza, o Lobo Mau continuava na introspecção comestivas. A calma reinava na Pensilvânia.




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